José Alfredo conversou com o vice-presidente Geraldo Alckmin na véspera do lançamento do programa Nova Indústria Brasil (NIB)
Foto: Arquivo Rede PT
Secretário de Comunicação do PT de Ribeirão Preto José Alfredo Carvalho explanou sobre as potencialidades do parque industrial da região de Ribeirão Preto
O lançamento ocorreu no Palácio do Planalto e foi conduzida pelo vice-presidente Geraldo Alckmin, ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços. Presidente do CNDI, ele celebrou a reativação do conselho, ocorrida em 2023, e afirmou que “Lula é um homem compromissado com a indústria, que sabe que não tem desenvolvimento mais forte sem ter uma indústria forte”.
Ao detalhar a nova política industrial, Alckmin destacou a depreciação acelerada como um dos principais pontos. Ele citou um estudo do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA) que define esse instrumento como uma das ações mais efetivas para a melhoria da produtividade.
“Então o que é a depreciação acelerada? Uma empresa adquire uma máquina, um equipamento, que deprecia em 10 anos, 15 anos, 18 anos, em média, 15 anos. O que nós estamos lançando, presidente, é uma depreciação em dois anos. Então, redução de imposto de renda de pessoa jurídica, redução da contribuição social sobre lucro líquido, dizendo renove o parque industrial, troque as máquinas para ganhar eficiência energética e para melhorar a produtividade”, disse Alckmin.
O
vice-presidente citou também a reforma tributária, igualmente constante da nova
política industrial. “A reforma tributária, ela muda a história. Aguardada há
40 anos, ela desonerará completamente investimento e exportação, porque acaba
com a cumulatividade [de tributos]. A gente vai fazer uma diferença. Essa é uma
reforma que traz eficiência econômica, faz o PIB crescer, além da
simplificação”, afirmou.
Alckmin
ressaltou que a reativação do CNDI e outras medidas adotadas pelo governo para
fortalecer a indústria já surtiram alguns efeitos positivos. Citou pesquisa do
Instituto de Estudos para o Desenvolvimento Industrial (IED) segundo o qual, no
ano passado, a indústria brasileira subiu 20 posições no ranking de produção.
“Nós estávamos no 78º lugar da indústria no mundo. Nós subimos 20 posições o ano passado no ranking, em volume físico de produto industrial. Subimos 20 posições. Claro que não está bom ainda, mas passamos de 78º para 58º. Isso é estudo do IED, mostrando um aumento de volume na área industrial. Mas encerro por aqui, destacando o compromisso do governo com a nova indústria inovadora, sustentável, com descarbonização, exportadora e competitiva”, concluiu.
Entenda a Nova Indústria Brasil NIB
A nova
política, estabelecida
em um documento de 102 páginas, foi elaborado no primeiro semestre de 2023
pelo Conselho Nacional de Desenvolvimento Industrial (CNDI), órgão composto por
20 ministérios, BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social) e
entidades da sociedade civil, setor produtivo e trabalhadores. O documento foi
entregue ao presidente Lula pelo vice-presidente e ministro do Desenvolvimento,
Indústria, Comércio e Serviços, Geraldo Alckmin, em cerimônia no Palácio do
Planalto.
O plano de
ações prevê o investimento de R$ 300 bilhões para financiar a política
industrial até 2026. A Nova Indústria Brasil parte de três premissas:
fortalecimento da indústria brasileira, essencial para o desenvolvimento
sustentável do país; combate ao processo de desindustrialização iniciado na
década de 1980, com a fragilização de cadeias produtivas; e ampliação de valor
agregado e tecnológico às exportações.
A NIB,
composta por um conjunto de instrumentos do setor público e privado, tem como
objetivo estimular o progresso tecnológico, produtividade e competitividade
nacionais explorando as vantagens competitivas do Brasil e fazendo o seu
reposicionamento no mercado internacional.
O resultado
dessa articulação é a geração de empregos qualificados, segurança alimentar,
bem-estar e qualidade de vida, o desenvolvimento da economia verde e a
modernização da matriz energética nacional.
Ao todo, são
seis as missões da Nova Indústria Brasil, com metas estabelecidas para cada
uma, norteando os esforços de desenvolvimento até 2033:
Missão 1 –
Engloba cadeias agroindustriais sustentáveis e digitais para a segurança
alimentar, nutricional e energética;
Missão 2 –
Complexo econômico industrial da saúde resiliente para reduzir as
vulnerabilidades do SUS e ampliar o acesso à saúde;
Missão 3 –
Infraestrutura, saneamento, moradia e mobilidade sustentáveis para a integração
produtiva e o bem-estar nas cidades;
Missão 4 –
Transformação digital da indústria para ampliar a produtividade;
Missão 5 –
Bioeconomia, descarbonização e transição e segurança energética para garantir
os recursos para as gerações futuras e
Missão 6 –
Tecnologias de interesse para a soberania e defesa nacionais.
Na Nova
Indústria Brasil, as seis missões contam com princípios transversais que devem
nortear as ações de desenvolvimento industrial implementadas pelo estado
brasileiro, colocando a indústria como instrumento para superação de gargalos
da sociedade brasileira.
São
princípios da NIB inclusão socioeconômica, equidade de gênero, cor e etnia,
promoção do trabalho decente e melhoria da renda, desenvolvimento produtivo e
tecnológico e inovação, incremento da produtividade e competitividade, redução
das desigualdades regionais, sustentabilidade e inserção internacional
qualificada.
Os
principais instrumentos da nova política industrial são empréstimos,
subvenções, créditos tributários, participação acionária, requisitos de
conteúdo local, comércio exterior, margem de preferência, transferência de
tecnologia, propriedade intelectual, infraestrutura de qualidade, regulação,
encomendas tecnológicas, compras governamentais e investimento público.
Entre os
instrumentos para superar os desafios estruturais estão:
1- Finanças
sustentáveis (Mercado Regulado de Carbono), mecanismo eficiente para
enfrentamento climático;
2 – Finanças
Sustentáveis (taxonomia sustentável), para mobilizar e direcionar fluxos de capitais
para investimentos necessários ao enfrentamento da crise climática;
3 – Crédito
e subvenção (Plano Mais Produção – P+P), plano do governo federal de apoio
perene para o setor industrial, oferecendo diferentes linhas de crédito e
recursos não reembolsáveis para alavancar a produção e inovação industrial;
4 – Crédito
e subvenção, disponibilização de fundos garantidores para o programa Nova Indústria
Brasil para micro, pequenas e médias empresas.
No ambiente
de negócios, a NIB estabelece redução de prazo de exame para decisão sobre
pedidos de patente, uso de informações tecnológicas disponíveis em documentos
de patentes e tendências tecnológicas para subsidiar tomada de decisões;
coordenar atores e uso da infraestrutura de qualidade do Brasil; adoção de
políticas de formação e fixação de profissionais de nível superior e
pós-graduandos nas empresas industriais; política de ampliação da oferta de
vagas e indução de educação profissional e tecnológica de nível médio; criação
do Qualifica-PAC (Comissão Interministerial de Qualificação Profissional,
Emprego e Inclusão Socioeconômica do Programa de Aceleração do Crescimento);
para o desenvolvimento regional, criar o Sistema Nacional de Territorialização
do Desenvolvimento Industrial; estimular capital estrangeiro a desenvolver as
capacidades nacionais; aprimoramento da Política Nacional de Cultura
Exportadora e desburocratização para facilitar o comércio exterior.
A NIB
relaciona os instrumentos de contratações públicas para alavancar o
desenvolvimento, como regulamentação da Nova Lei de Licitações; por meio da
Estratégia Nacional de Contratações Públicas (ENCP), tornar as compras públicas
mais inclusivas, sustentáveis e inovadoras, buscando maior alinhamento com
políticas públicas; transformação da Comissão Interministerial de Contratações
Públicas para o Desenvolvimento Sustentável (CICS) em unidade de governança do
governo federal; e a Comissão Interministerial de Inovações e Aquisições do
Programa de Aceleração do Crescimento (CIIA-PAC) deverá orientar o uso do poder
de compra do estado nas ações e medidas do Novo PAC, estimulando o
desenvolvimento produtivo, tecnológico e inovação sustentável, contribuindo
para a neoindustrialização e transição ecológica.
Missões e
desafios
Na Missão 1,
a meta é ampliar até 2033 a participação do setor agroindustrial no PIB
agropecuário dos atuais 23% para 50% e alcançar 70% de mecanização dos
estabelecimentos de agricultura familiar (hoje em 18%), com o suprimento de
pelo menos 95% do mercado por máquinas e equipamentos de produção nacional,
garantindo a sustentabilidade ambiental.
Na Missão 2,
elevar até a próxima década a produção no Brasil de 70% das necessidades
nacionais em medicamentos, vacinas, equipamentos e dispositivos médicos,
materiais e outros insumos tecnológicos em saúde. No cenário atual, a produção
nacional responde por 42% das necessidades do país.
Na Missão 3,
o Brasil vai buscar até 2033 reduzir o tempo deslocamento de casa para o
trabalho em 20%, aumentando em 25 pontos percentuais o adensamento produtivo da
cadeia de transporte público sustentável. Hoje, o brasileiro leva 4,8 horas
semanais médias com deslocamento e a participação da produção brasileira
responde por 59% na fabricação de ônibus elétricos.
Na Missão 4,
a meta é transformar digitalmente 90% das empresas industriais brasileiras,
assegurando que a participação da produção nacional triplique nos segmentos de
novas tecnologias. No cenário atual, apenas 23,5% das empresas industriais são
digitalizadas.
Na Missão 5,
o Brasil projeto até 2033 promover a indústria verde, reduzindo em 30% a
emissão de CO2 por valor adicionado da indústria, ampliar em
50% a participação dos biocombustíveis na matriz energética de transportes e
aumentar o uso tecnológico e sustentável da biodiversidade pela indústria em 1%
ao ano. Atualmente, a participação dos biocombustíveis na matriz energética de
transportes corresponde a 21,4%.
Na Meta 6, o país planeja obter autonomia na produção de 50% das tecnologias críticas para a defesa e soberania nacionais. No cenário atual, está sendo definida a lista de tecnologias criticas.
Clique aqui para acessar a íntegra da Nova Indústria Brasil.
---SeCom - Secretaria de Comunicação do PT de Ribeirão Preto, com informações da Agência Gov.br
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