Ribeirão Preto sofre com a má gestão da cultura
Foto: Arquivo Rede PT

Antes de qualquer coisa, quero dizer que toda a comunidade de trabalhadores da cultura de Ribeirão Preto é a favor de que a prefeitura traga para a cidade do Projeto Fábrica de Cultura 4.0, mas em lugar adequado.
Tal projeto tem como intenção precípua fomentar o fazer e a fruição cultural, nas periferias da cidade. No entanto, o prefeito Duarte Nogueira e a secretária de cultura Isabella Pesotti, como de praxe, não estão respeitando as leis, nem a sociedade civil organizada, tampouco o patrimônio histórico da cidade.
De maneira insolente, como de praxe, desalojaram os funcionários da casa da cultura e os enfiaram no MIS e no Centro Cultural Palace, para isso, deram 24h para que eles se retirasse do local. Veja a matéria a seguir:
O grande problema é que começaram a reforma da Casa da Cultura, um patrimônio histórico tombado, sem consultar o Conselho de Preservação Patrimônio Histórico, o CONPPAC, nem o Conselho Municipal de Políticas Culturais, tampouco a sociedade civil organizada. Mas, de maneira perspicaz, o CONPPAC, como se pode verificar na reportagem do link acima, embargou a obra e membros da sociedade civil entrarão na justiça para que se respeite a lei.
Outro grande problema, é que a lei não permite instalações de seções administrativas no Palace, que, diga-se de passagem, foi adquirido pela administração petista, por meio da lei complementar nº 571/1996.
O decreto nº 168, de 28 de agosto de 2009, em seu artigo 3º diz o seguinte em relação à ocupação do Centro Cultural Palace: “Nenhuma entidade pública ou privada poderá instalar-se administrativamente em suas dependências”.
Desse modo, está provado que toda a movimentação para a implantação da Fábrica de Cultura 4.0 está fora da lei!
Na tarde do dia 14 de julho, este que vos escreve mais o professor Lages, a ex-membra do Conselho Municipal de Políticas Culturais Adriana Scannavez e o membro do CONPPAC Cláudio Bauso visitaram o Palace, acompanhados de uma advogada, e constataram que realmente alguns funcionários da Secretaria Municipal da Cultura e Turismo lá estão instalados, além de também verificarem que lá também está funcionando um posto do IBGE. Não visitamos o MIS.
Os ativistas da cultura fotografaram e gravaram vídeos no local, além de gravarem declarações que comprovam que funcionários da SMCT foram transferidos para o Palace.
Além de todos esses problemas, a Escola de Arte do Bosque/Cândido Portinari será engolida pela Fábrica 4.0 e a Biblioteca Municipal Guilherme de Almeida não tem destino definido.
Esse é modo Nogueira de administrar a cidade e a maneira Isabella Pesotti de gerir as políticas públicas para a cidade.
Chega! Basta de falta de respeito pela gestão cultural da cidade!
A comunidade cultural ribeirão-pretana está se organizando e não permitirá que nosso patrimônio cultural seja adulterado e lutará até as últimas consequências para que a Fábrica de Cultura 4.0 seja instalada em local que atenda seu público-alvo.
É isso.
---Márcio Coelho, Secretário Setorial de Cultura do PT de Ribeirão Preto

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