Márcia Lia: Quanto maior a resistência menor a opressão
foto: Arquivo RedePT
O resultado das eleições traça um novo cenário na política e na vida institucional brasileira. Para a situação e para a oposição. Tanto Jair Bolsonaro quanto Doão Jória, no caso paulista, não têm histórico de defesa dos movimentos sociais, da educação, dos professores, dos afrodescendentes, dos homossexuais, enfim, das consideradas minorias. Não têm histórico de defesa ou de construção de políticas públicas para as mulheres, que hoje chegam a 52% da população brasileira.
O que o momento exige de nós é vigilância e perseverança na resistência. Não será fácil confrontar ideias dos dois novos mandatários, que já sinalizaram com a criminalização de quem luta por qualquer coisa que fira interesse das oligarquias que eles representam. O indicativo dos eleitos mostra que o diálogo é apenas mais uma palavra no dicionário, mas a nós caberá colocá-la como essência de tudo o que formos fazer, como ato de resistência, como ato de transparência. Em cada espaço onde nos encontrarmos.
A resistência começa com a formação de uma ampla frente democrática já alinhavada na campanha do segundo turno das eleições, quando vimos lideranças significativas de partidos adversários do PT abraçando a candidatura Haddad. Não há tempo e espaço para vaidades. São 44 milhões de votos que respaldam uma vitória política. Os partidos que defendem a democracia têm o dever cívico de organizarem a resistência e proteger o Brasil contra a perda de sua soberania, tão em risco. A nossa resistência de hoje será do tamanho da dominação que teremos: quanto maior a primeira menor será a segunda.
Portanto não será um cenário fácil, porque a falta de compromisso histórico e o não detalhamento dos programas de governo geram preocupação de como a Nação e o estado serão conduzidos, de fato, no dia a dia das pessoas. Do discurso da quebradeira de Jair Bolsonaro e que encantou os desencantados pouco se pode prever. Em seu pronunciamento pelas redes sociais após a consolidação do resultado sobraram interrogações.
Do nosso mandato haverá a defesa das nossas bandeiras, dos movimentos sociais, dos direitos das pessoas à liberdade e às escolhas. E haverá resistência ao lado de quem defende tudo isso. O ódio não nos pertence e vamos ficar bem longe dele.
---Márcia Lia é deputada estadual reeleita
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