E AGORA MANÉ ?
Arquivo Rede PT
Egocentrista, vivendo folgado
Noitadas em lugares badalados
Em carrão importado todo contente
Esnobando relógio e outros pingentes.
Com arrogância, o tal, se achando
Como Narciso em sua vaidade
Sua riqueza vai espelhando
Desprezando a quem vê pela cidade
Pobre, idiota, ignorante, infeliz
Àqueles a quem nem se compara
Com muito trabalho fortuna fez
É como ele afirma logo de cara
Também trabalham os desprezados
Equilibristas, pra poder viver
Com miserável salário pago
De quem pra si tudo quer
O que faz com todo valor
Além de criar tanta pobreza?
Se lhe falta o humano calor
Ao deixar vazia tanta mesa
Quem sabe se não é pra mostrar
Ao gerente do banco da cidade
Sua competência para aplicar
Polindo ainda mais sua vaidade.
Como sempre se diz
O mundo dá muitas voltas
Nem queira torcer o nariz
A realidade está a sua porta
A peste se instalou rapidamente
Ninguém é superior ou inferior
Mostrou ser indiferente
Com o rico, o pobre e o de cor
E agora como fica Mané?
O Homem precisava de um abalo
Pra revelar como hoje ele é
A ilusão, a soberba vão pro ralo.
Pé no chão que chegou a hora
De corrigir esta vida disparatada
Que pra poucos a fortuna aflora
Famintos, miseráveis, com pouco ou
nada
Da carência surge, pela sobrevivência,
O crime a violência a insegurança
Que aparece como decorrência
Da avareza, do egoísmo, da ganância
Uma filosofia de vida diferente
Se faz urgente e necessária
E que seja total e includente
Pra uma humanidade solidária
Revelada nossa impotência
Por um ínfimo e invisível bichinho
Unir força, partilhar, viver em paz
E ter isso sempre na consciência
Não há outro caminho a seguir
Solidariedade, distribuição
Das benfeitorias que conseguir
Em busca da plena humanização.
Atílio José Rossi é um militante assumidamente cristão. Dirigente histórico do Partido dos Trabalhadores de Ribeirão Preto
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