foto: reprodução/Facebook

Mauro de Castro Freitas é arquiteto e urbanista formado em 1970, pela Universidade Federal de Minas Gerais. Nasceu em São Paulo e mora em Ribeirão Preto desde 1974, quando adotou a cidade

Em reportagem do jornal A Cidade, edição de 19 de junho, o arquiteto e urbanista Mauro de Castro Freitas, que é um militante do PT, mostra a sua visão de futuro para Ribeirão Preto. Ele já desenvolveu projetos dentro da área de urbanismo e loteamentos, empreendimentos industriais e comerciais no município. No primeiro governo de Antonio Palocci, entre 1993 e 1996, Freitas foi secretário de Planejamento da Prefeitura e também presidente da Cohab-RP.

Veja a seguir a parte do texto de A Cidade.

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Construindo a cidade dos sonhos:

Transporte rápido e uso de fundo de vales para turbinar o ‘verde’

Imagine a avenida Francisco Junqueira com um veículo rápido sobre trilhos circulando entre espaçosas vias e largas calçadas, todas cercadas por ilhas verdes. Esta é uma das ideias do arquiteto e urbanista Mauro Freitas, ex-secretário de Planejamento de Ribeirão Preto, e morador na cidade há 41 anos, para o futuro próximo.

Ele diz: “Poderíamos aproveitar todos os fundos de vales e também as margens dos córregos, então você teria a área de preservação ao longo dos córregos e faixas expressas para veículos rápidos como o BRT, o Bus Rapid Transit, que é aquele ônibus articulado que nós ainda não temos. Estamos atrasados uns 15 anos em matéria de transporte. Nas cidades acima de 1 milhão de habitantes, pode- se viabilizar veículos sob trilhos que seria o metrô de superfície ou o VLT, veículo leve sobre trilhos, que poderia ser feito no entorno da Francisco Junqueira”.

Para o alto

Mauro imagina a cidade mais verticalizada do que já é, com prédios com pavimentação acima de 40 metros. “Hoje, por exemplo, na China, devido ao alto índice populacional, os prédios têm mais de 40 pavimentos situados em áreas mistas. Lá as pessoas encontram pouca distância entre a área industrial e as residências, porém, estas áreas são separadas por grandes parques e com integração de transporte de massa sobre trilhos”.

Via Norte e muito verde

Ele sugere: “Na via Norte, por exemplo, poderia ter uma via expressa, que seria mais larga que a avenida Treze de Maio. A via expressa tem um canteiro central, uma via rápida, um canteiro e depois a via marginal. Daqui a uns 30 anos as áreas verdes da cidade serão ampliadas. Bairros antigos também deverão ter intervenções urbanas. O Campos Elíseos que é uma outra cidade dentro de Ribeirão, precisaria de um planejamento integrado, assim como bairro Ipiranga também. ”

Áreas de lazer

Para resolver o problema da falta de lazer, Mauro sugere parques de fundo linear. “A partir da rotatória Amim Calil, até o Anel Viário, poderia haver um parque com equipamentos, bem iluminado para o pessoal utilizar durante a noite. Também se aproveitaria todos os fundos de vales. ”

ilustração: Gaspar/A Cidade

1 Integração do verde e do cimento

Parques integrados com áreas de serviços nos bairros mistos, que misturam empresas e residências; um conceito forte em países da Ásia, em que a população cresce muito.

2 Metrô de superfície

Nas cidades acima de 1 milhão de habitantes, pode-se viabilizar veículos sob trilhos que seria ou o metrô de superfície ou o VLT, veículo leve sobre trilhos, que pode ser feito no entorno da Francisco Junqueira, em Ribeirão Preto.

3 Centros empresariais

Nos bairros residenciais e comerciais, funcionam também centros empresariais com capacidade para a realização de eventos, encontros e debates financeiros, aproveitando energia solar.

4 Verde, água e resíduos

São três os eixos de sustentabilidade: primeiro, precisamos ter índice de 20 metros quadrados de área verde por habitante; precisamos de água para abastecimento e espelhos d’água para contemplação e contenção da chuva; e o lixo, com destinação adequada, fora de aterros sanitários.

5 Acelerando o transporte

Uma boa solução é a criação de faixas exclusivas para ônibus, dando mais agilidade ao transporte coletivo. Outro exemplo: na via Norte, boa solução é a criação de uma via expressa, com um canteiro central, a faixa rápida, canteiro e depois a via marginal.

6 Verticalização

Prédios com até 40 pavimentos, sempre cercados por áreas verdes. Detalhe: podemos aproveitar todos os fundos de vale e também as margens dos córregos, para fazer as áreas de preservação ao longo dos córregos e faixas expressas para veículos rápidos.

7 Calçadas sempre largas

O conceito de tirar o carro dos centros urbanos passa também pela necessidade de alargar o passeio público, para que o pedestre tenha mais espaço e mais conforto para caminhar.